sábado, 31 de março de 2012

O que sinto por ti

Neste momento ocioso, me pego pensando em ti
Tentando compreender o que queres de mim
Verificando os meus atributos, quais lhe serão úteis?
Quais poderão nos servir?

Seria esta uma paixão?
Das mais febris e avassaladoras?
Creio que não, pois meu sentimento não é passageiro
É duradouro, é verdadeiro

Ou talvez, seja passageiro, como o tempo e os sonhos
Como é a própria vida, e tudo o que ela comporta...
Como somos... nós

Mas a quem me refiro, senão a única entidade que me acompanha
Da tenra infância à atual insanidade?
Que sempre atende aos meus apelos?
Que parece sempre ter me correspondido...
Que me oferece alguma calma para lidar com esta vida
Tão sombria quanto é o breu

Esta é a música
Que parece me querer como amigo, e não como amante
Mas dela não guardo mágoas
Pois, esta me abriga nestes difíceis dias...
Nestas singelas melodias, ainda encontro alguma proteção

Por tanto tempo presente, companheira
Do sentido que havia na vida, restou apenas a sua frágil beleza
E, é por isso que penso que a amo
Penso que dela não virá o abandono
Penso que ela me ama também