terça-feira, 29 de novembro de 2011

Conto de fadas moderno

Após um longo distanciamento, decidi regressar a este espaço fazendo uma explanação sobre o que pode ser chamado de: “Conto de fadas moderno”.
Para ser mais específico, irei falar sobre aqueles a quem chamo de “neo príncipes encantados”.
Por mais incrível que possa parecer, as estórias podem servir como agentes educativos aos humanos que se encontram na mais tenra idade. Muitos dos seus futuros alvos lhes são mostrados ali de maneira aparentemente sutil e ingênua.
Para as garotas, as princesas eram/são “perfeitos” modelos. Belas, simpáticas, exemplos de caráter e conduta.
Para os homens, resta ser como os príncipes. Destemidos, belos, igualmente polidos e sempre dispostos a resgatar a donzela em apuros.
Os contos ainda mostram uma noção clara e nociva de um amor romântico indestrutível e incondicional, apenas atingível nas fábulas.
O tempo passa, o cenário medieval cede espaço as selvas de pedra e o príncipe encantado retorna a forma de sapo, porém ainda coroado.
Tal qual cristal quebrado, seu conceito fragmenta-se e o príncipe encantado (Macho alfa) transforma-se em três seres distintos.
Um deles pode ser encontrado nas chamadas “baladas”, ele traz do original a beleza, as vezes a riqueza, porém quase nunca a polidez. Quase sempre é uma criatura obtusa. Entretanto, ciente de que seu físico o basta, vive o agora, aproveitando ao máximo o que lhe deu a natureza, ou o que construíram os anabolizantes e (ou) as cirurgias estéticas. Este exemplar costuma unir-se às “princesas” em laços fugazes mas prazerosos, visto que ambos sabem que é tudo o que podem oferecer. (E em nenhum momento lhes desaprovo)
Há o príncipe que “herda” do seu modelo principal a riqueza. Este foi agraciado com a possibilidade da compra do amor alheio e esta é uma estratégia bastante eficaz, visto que eles substituem o que supostamente moveria o mundo(amor) por aquilo que move o mundo de fato(dinheiro). Este, talvez seja o príncipe ideal: esteio financeiro, possível beleza adjacente, possível gentileza(Ainda que condicional).
E o terceiro é o meu exemplo favorito. Ele é o “Vida Loka”. Isso mesmo, esta espécie desprezível de conduta condenável está repleta de “príncipes”.
Eles tem status, impõem respeito em suas comunidades e tem riqueza, ainda que relativa e obtida de maneira reprovável. Tem a beleza que se não está presente em seus corpos, está presente em suas roupas e penteados(vistos por avaliadores degenerados). E eles até mesmo substituíram os tradicionais cavalos brancos por suas potentes motocicletas e (ou) por cavalos mal criados e mal cuidados que usam para a viabilizar objetivos escusos(Mas que quase nunca são brancos).
Estes são os três exemplos mais notáveis do “neo príncipe encantado”, todos eles sapos coroados, sobre vitórias –régias as quais, eles, em conjunto com as potenciais princesas, tornaram os seus vistosos castelos.
E resta uma observação: as três figuras destacadas estão sempre em evidência em seus meios sociais, são de fato os “machos-alfa” do mundo animal.
Então, meu caro leitor, se você não está presente em alguma destas categorias, lamento, mas você sempre será “sapo”, enfeitiçado e sem jamais encontrar alguém para quebrar-lhe o encanto com um beijo.

2 comentários:

  1. Olá Elton!

    Saudades das suas postagens. Amei essa postagem e suas impressões descritas de forma diferenciada. Relacionar o passado com o presente nos mostra o quanto evoluímos, mas há coisas que se propagam,e outras, apenas ganham novas formas...
    Muito massa seu ponto de vista!

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  2. Olá, Lívia. Muito obrigado pela sua visita. Realmente algumas coisas são atemporais, elas mudam suas configurações aparentes, entretanto, suas essências permanecem inalteradas, e, me arrisco a dizer que este é um fenômeno mais comum do que se imagina. Obrigado pela atenção, abraço.

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