domingo, 13 de maio de 2012

Eu gosto é do estrago...


Abaixo, estão as versões da canção que motivou o texto.

O velho e o moço - Los Hermanos

O velho e o moço - Maglore


Por acaso, esta canção chegou aos meus ouvidos
e, fiquei imediatamente encantado com a incontestável beleza existente tanto na letra quanto na melodia
desta música.

Primeiramente, ouvi a fabulosa versão feita pelos baianos da banda
Maglore, depois, não consegui conter a curiosidade e busquei a versão original
que conseguiu me encantar tanto quanto a primeira.

Passei alguns dias ouvindo esta música como se ela fosse um incansável
e interminável mantra o qual eu deveria escutar. Em toda a sua extensão
um trecho em especial destacou-se: "Eu gosto é do estrago".

Uma frase comum, convenhamos
mas, seja pelo arranjo, pela maneira que é cantada ou por influência mística
tornou-se marcante e símbolo maior da nova velha obra que tanto me encantava.

Como não me dou por satisfeito em deixar lacunas, ou preenchê-las com fáceis 
explicações, internalizei a questão e danei-me a pensar...
"Eu gosto é do estrago"... será que sou desses? (risos) logo eu, tão contido...(mais risos)
Muito divaguei, e como é evidente que a canção tem como tema principal o tempo, pus-me a pensar sobre este.
Tomando o tempo como aquele que demarca a passagem de nossas vidas, percebi que muito melhor que relacionar a 
música com o tempo cronológico, era relacioná-la com a própria vida e então, o fiz.

Volto a citar a frase e a associo à vida e, posteriormente, à minha fascinação por ela...
-Ei, mas se associo a vida à canção, ainda assim não entendo o porquê do fascínio por esta frase... não gosto do estrago do tempo... da vida...

Porém, aprofundo as minhas divagações e finalmente chego a algo(hipotéticamente) plausível: O que é a vida, senão o estrago?
O gasto? O desperdício?

Não gosto disso, bem, como não aprecio A VIDA COMO ELA É... ininteligível, quase sempre equivocada e de futuro assustador.

E há tanta contrariedade, pois, há muito já não ouço o que convém, e mantenho próximo tudo o que posso, já não há gasto...
e, eu tanto quis poder voltar, RE-FA-ZER!!!
Por fim, volto ao início, volto ao cerne: eu, que não gosto do estrago, porquê propago isto aos quatro cantos?

Acho que finalmente entendi. Dele, não gosto, mas assim como quase tudo, aceito, por não ter outra opção...
se o estrago é a vida; é ele quem se impõe, com suas regras, com sua força e complacente, o aceito, por falta de alternativa,
mas, se é a ele que canto a plenos pulmões, talvez, esteja eu, cantando a vida; com admiração, tanto à canção, quanto à existência,
por conseguir enxergar-lhes a beleza; ainda, que em ambas, tão pouco se adeque a mim.

P.S.: Alguns trechos da música foram utilizados na estrutura do texto.

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